Esse é um Texto muito interessante que eu lí num dos Blogs que eu sigo, Nani e a Teologia.
Pode algo tão livre e tão particular quanto o amor ser colocado em barreiras fixas? Na verdade não, mas sempre tentamos aprisioná-lo em nossas delimitações. Assim precisamos de muitos atos heróicos para provarmos o nosso amor. Precisamos medir a quantidade de amor que oferecemos e recebemos, também não podemos esquecer da qualidade do sentimento...
O mesmo acontece com o tempo: desejamos definir o amor também em seu tempo de nascimento. Existe amor à primeira vista? Existe amor somente quando se conhece suficientemente bem o outro?
Todas essas tentativas têm a mesma razão: tentar definir o que é o amor – e, por conseqüência, o que não é amor.
Para nos ajudar nessa tarefa, selecionei algumas definições do dicionário:
“Sentimento que impele as pessoas para o que se lhes afigura belo, digno ou grandioso. Afeição, grande amizade, ligação espiritual. Benevolência, carinho, simpatia. Desejo sexual. Culto, veneração. Caridade.”
E teríamos ainda mais, contudo com esta amostra já podemos ver que é extremamente complicado dizer o que é o amor. Interessante que em nossas vidas sempre tendemos a ser excludentes nas alternativas, ao contrário dos dicionários, que tentam englobar tudo no mesmo verbete.
Voltemos ao caso do tempo. Se saíssemos na rua e perguntássemos a uma pessoa sobre a nossa questão de hoje, provavelmente ouviríamos apenas uma das alternativas: ou é à primeira vista ou é com o conhecimento mútuo. Talvez nosso entrevistado chegasse a cogitar as duas possibilidades, mas nunca no primeiro impulso.
Pode parecer evasivo, mas temos que admitir como verdadeiras as nossas duas hipóteses. Porque se assim não o fizermos, estamos desqualificando o amor, ao invés de entendê-lo em toda a sua magnitude. Acho que é um mal de nossa sociedade sempre definirmos tudo com objetividade e clareza, em um processo cirúrgico frente à realidade. O amor não pode ser colocado no microscópio, porque é sentido pelas pessoas e estas são únicas. Utilizando novamente a metáfora médica, faz bem lembrar a sentença: “cada caso é um caso...”
Contudo, talvez possamos identificar uma qualidade uniforme no amor, já que fomos mal-sucedidos na definição do tempo. Para quem ama, nada é tão importante quanto este sentimento: “as muitas águas não podem apagar este amor, nem os rios afogá-lo; ainda que alguém desse todos os bens de sua casa pelo amor, certamente o desprezariam” e isto, certamente, já deveria ser o bastante para nós.
Texto escrito originalmente para o programa Histórias de Amor, da Rádio Sem Fronteiras de Pemba (Moçambique). Divulgado para os ouvintes em 05.02.2009.
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